CARRIE, de Stephen King: Livro x Filmes (SEM SPOILERS)

 

O livro Carrie, do Stephen King, foi publicado originalmente em 1974 e já ganhou algumas edições brasileiras. Sendo a mais recente delas publicada em 2022 pela Editora Suma, que inclusive me enviaram o livro de parceria.


Vocês podem conferir a resenha no texto logo abaixo ou no vídeo a seguir junto com as minhas impressões sobre as adaptações cinematográficas que o livro recebeu no decorrer dos anos:

Antes de conversarmos sobre esse livro em si... Eu sei que algumas pessoas costumam pular conteúdos como a introdução do livro e vão direto para a história. Se você é esse tipo de pessoa, por favor, não pule a desse livro!  Aqui, o King vai falar sobre como esse livro tomou forma, como a sua esposa o incentivou e sobre duas garotas que foram sua inspiração para essa história. Uma breve introdução, mas que vale a pena a leitura!

Nessa história, vamos conhecer a Carrie White, uma adolescente que constantemente sofre bullying na escola. As pessoas julgam tanto o seu comportamento quanto sua aparência. Sua mãe é Margaret White, uma fanática religiosa que afasta a filha do mundo comum, sendo extremamente controladora e abusiva. Junto com esse cenário teremos a Carrie descobrindo ter poderes de telecine e essa combinação faz dela uma “bomba relógio”.

Nós vamos acompanhar o dia-a-dia dessa adolescente, desde o momento em que ela tem a sua primeira menstruação até o dia do baile de formatura.

Num primeiro momento já vemos como o fanatismo da mãe da Carrie afeta a vida da menina, já que como enxerga tudo como pecado, ela priva a filha de conhecimentos básicos como o que é uma menstruação. Então, ao se ver nessa situação pela primeira vez, Carrie entra em pânico e tudo se torna ainda mais assustador e traumático por conta do bullying que ela sofre de outras garotas no vestiário da escola.

Essa situação gera uma série de consequências porque nós vemos a professora e o diretor tentando impor alguns limites e detenções nas responsáveis. Mas mesmo assim sabemos que as coisas vão sair do controle porque este livro se intercala com alguns trechos de notícias, depoimentos, artigos científicos e alguns estudos do que eles chamam de “O caso da Carrie White”.

Esse é um livro que não esconde a desgraça. A primeira frase na parte detrás do livro é: “Uma jovem rejeitada se vinga dos seus abusadores” e nas primeiras páginas já sabemos que uma tragédia aconteceu e nos prendemos apenas para descobrir o como.


O livro pode ser curto, mas ele é intenso. Você se conecta com a Carrie de uma forma extraordinária, sente repulsa por todos da escola e pela mãe dela. Eu, particularmente, senti mais raiva da mãe dela. Sim, muitas pessoas podem ser podres, mas o normal é que os filhos enxergarem os pais como um apoio e uma proteção... E a Carrie não tem isso! A mãe a isola, a agride, humilha e constantemente a tranca num quartinho sem comida, sem água e a obriga a rezar. Para a Carrie é como o fundo do poço e o pensamento que envolve a personagem e ao leitor é: “Se ninguém nunca lhe estendeu a mão, ou teve uma atitude gentil... Porque ela deveria?”

No momento, não consigo lembrar se já houve uma personagem que eu me apegasse tanto como a Carrie. Ela era só uma menina, não merecia passar por isso tudo. Todo o tormento psicológico e físico que ela sofre nos desperta ódio. O sentimento que eu tinha lendo o livro era “Ok, Carrie... Se vingue de todos eles”.  Mesmo sabendo que ter esse tipo de desejo é errado.

Como já mencionando, o livro foi publicado originalmente em 74, e provavelmente alguns de vocês já devem ter escutado comentários do tipo “A escrita do King não é tão boa nesse livro” ou que é arrastado, mas eu discordo totalmente. É fluído, chocante e instigante. Obviamente a tendência de qualquer autor é evoluir na escrita com o passar dos anos, mas isso não diminui a qualidade desse livro de estreia. E confesso que, apesar do Stephen King ser meu autor favorito e amar vários livros dele, prefiro “Carrie” a alguns outros que ele escreveu depois.

Com certeza é um livro que recomendo para todos. O livro aborda temáticas atuais e mesmo que você não tenha lido o livro provavelmente já ouviu sobre ele ou de alguma das suas adaptações. E me impressiona que o bullying ainda seja algo tão comum. Existem diversos livros, séries e filmes que abordam essa temática e que mostram claramente o quanto isso é errado, mesquinho, desprezível e que o que chamam de “brincadeira inofensiva” pode sair do controle trazendo graves consequências para todos os envolvidos, mas parece que o ser humano é egoísta demais e incapaz de aprendem.

O que a Carrie faz pode ser cruel, mas é o tipo de livro que você vai torcer por ela a cada segundo da leitura. Vai se sentir cansado de tanto sofrimento quanto ela e, por muitos momentos, vai ter vontade de defendê-la.

Pode ser apenas um livro, ficção... Mas precisamos lembrar que o mundo está cheio de “Carries” por aí, que talvez não possuam o poder da telecinese. São essas pessoas a quem devemos estender a mão. Porque, as vezes, um ato gentil pode fazer toda a diferença.

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Agora me contem: Já leram esse livro?

Caso tenha se interessado pelo livro...

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 Carrie

Aproveite para conhecer as duas edições publicadas pela Editora Suma: 

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Criadora do canal Biblioteca da Rô.
Biomédica e apaixonada por livros, séries e filmes.

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