[RESENHA] As aventuras de Pinóquio - Carlo Collodi

 

As aventuras de Pinóquio” foi escrito pelo italiano Carlo Collodi e, originalmente, publicado em 1881. Se tornou um clássico da literatura infanto-juvenil responsável por inspirar diversas adaptações cinematográficas. Sendo a mais famosa o filme em animação da Disney. Mas... E se eu te contar que a história criada por Collodi é muito mais bizarra e sombria?

Existem várias novas edições de “As aventuras de Pinóquio”, mas realizei a leitura pela edição da Editora Zahar em ebook através da plataforma Netgalley, cedido em parceria pela Companhia das Letras.


Pinóquio é um pedaço de madeira falante e transformado em um boneco por Gepeto, sendo esse, um homem muito pobre e bondoso. Tirando até de si mesmo para fornecer o necessário para que o Pinóquio não tenha fome e possa estudar.

A questão é o Pinóquio é o retrato da criança extremamente desagradável! Ele é preguiçoso, mentiroso, vagabundo e birrento. É perceptível que todas essas características negativas e a estrutura do livro era feita para outras crianças lerem isso e repudiarem tal comportamento. Já que por conta disso o boneco de madeira passa por situações tristes, complicadas e sinistras.

Há momentos que são bem bizarros e que podem dar medo em algumas crianças, mas é explícito que o objetivo era ensinar as crianças da época a serem obedientes aos pais, estudarem, não confiar em estranhos e valorizarem o trabalho e o sacrifício que os pais fazem para o bem estar dos filhos.

Obviamente não criamos crianças hoje em dia baseado no medo, mas precisamos lembrar que as maneiras de educar em 1880 eram bem diferentes. E por mais que não seja o ideal de educar crianças, tenho certeza que elas aprenderam. Eu mesma, se fosse uma criança de 1880, jamais faltaria a escola por medo de me tornar uma burra como Pinóquio.

Mesmo sabendo de tais objetivos da obra, me irritei bastante com o Pinóquio. Como falei, ele é uma criança detestável e por vários momentos cometia os mesmos erros, mesmo já tendo passado por situações assustadoras que o ensinavam a não fazer aquilo, necessitando de novas chance para realmente conseguir aprender e modificar seu comportamento. Essa repetição parecia ser uma estratégia para fixar a ideia “do que não fazer” para as crianças da época.

Como uma mulher adulta lendo essa história infantil, confesso que não conseguia me sensibilizar com as lágrimas do Pinóquio. Na verdade, eu me preocupava e me comovia mais com o Gepeto, a Fada Azul e o Grilo Falante. Só o que eu conseguia pensar era “é muito castigo ter que aturar uma criança dessa”. Eles representam a paciência, as dores e as lutas do que é tentar educar uma criança. 

Apesar de ter passado por essa irritação com o protagonista, gostei e recomendo a história. O livro possui uma linguagem simples e fluida e é sempre interessante conhecer o original porque mesmo que a gente vá com a ideia de “já conheço a história” por conta das versões mais atuais, quando chegamos lá vemos que há MUITOS acontecimentos diferentes.

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As aventuras de Pinóquio

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Criadora do canal Biblioteca da Rô.
Biomédica e apaixonada por livros, séries e filmes.


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