[Resenha] Quase mortos - Rook Hastings

O Sr. Bacon tentava a todo custo dar uma aula sobre "Hamlet", mas a turma sempre se comportava inapropriadamente desviando-se do foco. Como uma nova estratégia ele decide falar sobre a parte interessante da obra: os fantasmas. 

Não é forma mais adequada, mas ele pelo menos consegue manter a atenção da turma e manter um diálogo até Emily, a garota mais quieta, frágil e sempre escondida no fundo da sala, falar que já "viu" um fantasma. Obviamente tal afirmação começa a gerar uma desordem na sala e o professor decide apenas passar um projeto aos alunos antes que ele perca total controle da turma.


Um grupo totalmente improvável é formado: Jay, Hashim, Bethan, Kelly e Emily. Cinco adolescentes com absolutamente nada em comum. Mesmo que tais personagens tenham características clichês, como o nerd, o atleta, a inteligente, a popular e a quieta, no decorrer da história conhecemos mais sobre a vida de cada um e a autora vai desconstruindo esses rótulos.

Em determinado momento, durante  a execução do trabalho, o assunto sobre o fantasma vem à tona. E Jay convence o grupo a investigar o suposto fantasma na casa de Emily. Mesmo com a descrença de que possa realmente existir um fantasma eles vão até a casa da menina instigados pela curiosidade. Entretanto após a primeira noite dos acontecimentos estranhos, todos são obrigados a encarar o que sempre negaram a existência. Principalmente após conferirem as filmagens realizadas por Jay.


- Sim, mas pessoas morrem o tempo todo. Por que nem todos ficam vagando por aí? - Perguntou Kelly. - Por que não estamos vendo ou ouvindo coisas?
- Não tenho certeza se não estamos - disse Bethan. - Fico imaginando se não ficamos tão acostumados a isso que os ignoramos a maior parte do tempo , porque é mais fácil do que lidar com isso. Não sou a única pessoa que vê coisas pelo canto do olho, sou? Vocês também vêem, não vêem? É este lugar. É Woodsville. É "Weirdsville" ”

A história se passa em Woodsville, uma cidade estranha onde a noite cai mais cedo , as sombras são mais escuras e as pessoa se negam a admitir que coisas estranhas acontecem. A autora conseguiu descrever características do ambiente de forma tão clara que tornou o lugar facilmente imaginável criando uma leitura muito imersiva. Ela nos prende ao livro onde só interrompemos a leitura para verificar se há algo nos observando.

O livro é uma boa pedida para quem deseja conhecer o gênero. Para quem já está acostumado a este tipo de leitura provavelmente vai conseguir deduzir algumas coisas, mas ainda assim Hastings consegue te surpreender no final e te deixar ansioso para o próximo volume. 


O volume 2, cujo nome é Corpos Imortais, é igualmente imersivo e nos traz uma nova história com os mesmos personagens. A autora trabalha muito bem a questão sobre que mesmo que algo seja invisível aos nossos olhos não significa que não esteja lá. O 3º volume ainda não foi escrito pela autora, mas já estou ansiosa para voltar a visitar a sombria Woodsville.

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Criadora do canal Biblioteca da Rô.
Biomédica e apaixonada por livros, séries e filmes.

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